quinta-feira, 21 de maio de 2015

AS RELAÇÕES DE PATROCÍNIO ENTRE SÃO LOURENÇO, NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO E SÃO JOÃO BATISTA NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DE NITERÓI



Toda cidade tem tradicionalmente um santo padroeiro, essa crença nos remete a uma relação estabelecida na Roma antiga por Rômulo, conhecida como clientela. Todo plebeu romano, para sobreviver, colocava-se a serviço de um patrício, denominado patrono – patronus -. Os clientes recebiam dos patrícios assistência jurídica e terras para cultivo. Por sua vez, os afiliados tornavam-se fiéis aos patrícios votando segundo a sua indicação e deviam respeito a seus patronos como estes, reciprocamente, deviam-lhes proteção.
A cidade do Rio de Janeiro confia seus cuidados a São Sebastião, em Minas Gerais a esperança é depositada em Nossa Senhora da Piedade que se comemora no dia 15 de setembro, Belém do Pará é devoto a Nossa Senhora de Nazaré que origina a vislumbrante festa popular do Círio. Não apenas as cidades, pode-se constar essa relação em pequenas instituições - escolas, abrigos, hospitais e etc... -, municípios e países inteiros, como o Brasil que tem por sua padroeira Nossa Senhora Aparecida. O que deve-se observar, que para além de um contato religioso, o padroeiro tem vínculos profundos com a identidade, origem e formação de determinada localidade. O objetivo deste presente trabalho é analisar a escolha de São João Batista como padroeiro da cidade de Niterói, indagar sobre sua ligação com a história da região e formação da sua identificação. Para isso será pontuado aspectos históricos da fundação da cidade e desenvolvimento da mesma.
O personagem mais importante para história de Niterói é o índio Araribóia. Ele era filho do chefe da tribo temiminó, que se localizava na ilha do governador. Essa tribo vivia em guerra com os tamoios, que inclusive os expulsaram de suas terras após uma sequência de batalhas.  Houve portanto, uma aliança entre portugueses de Mem de sá e Araribóia, valente guerreiro que estava sucedendo seu pai para defender os Rio de Janeiro dos Franceses que investiam no projeto colonial denominado França Antártica. A razão dessa união é alarmada a partir do momento em que as forças enviadas por Mem de Sá em 1565 não conseguiram vencer os Franceses, devido à grande quantidade de índios tamoios aliados a estes. Portanto com a colônia em perigo, Mem de Sá, pede auxilio ao seu sobrinho Estácio de Sá, que copiou a mesma tática que os franceses, pedindo auxílio aos índios de Araribóia que aceitou de primeira, visto que havia a grande chance de se vingar daqueles – os tamoios – que haviam expulsado o seu povo das antigas terras de outrora.
O confronto aconteceu em 20 de Janeiro de 1567 no Outeiro da Glória, Araribóia teria atravessado as águas da baia de Guanabara nadando lutando contra as ondas de um mar agitado e desafiador. O líder temiminó foi o primeiro a entrar no confronto, com uma tocha na mão, peitos estufados, tratou de acender o pavio de pólvora dando gritos de ordem para os seus nativos avançarem com bravura em direção ao oponente. Durante a luta Estácio de Sá foi atingido de raspão no rosto por uma flecha envenenada que o levou à morte por infecção. Durante toda a madrugada estendeu-se a guerra e portugueses e temiminós saíram vitoriosos. A verdade é que, graças ao apoio de Araribóia, a operação portuguesa contra os franceses foi coroada de sucesso, ele recebeu como recompensa pelo seus feitos primeiramente um terreno em São Cristóvão, que fica próximo à ilha do governador – antiga casa dos seus. Depois em 1573 recebeu terras no outro lado da baía de Guanabara, onde teria a missão de protege-la. Tal sesmaria recebeu o nome de São Lourenço dos Índios que hoje conhecemos como Niterói.
Em um primeiro momento, Araribóia organizou a vila de São Loureço dos Índios em um terreno que tinha uma posição estratégica: se localizava no alto de um morro, propiciando vista panorâmica da entrada da Baía de Guanabara, e era cercado de manguezais, o que dificultaria uma eventual invasão pela água. Foi na Igreja de São Lourenço dos Índios, em 10 de agosto de 1583, que ocorreu a primeira encenação da mais famosa peça do jesuíta José de Anchieta: Jesus na Festa de São Lourenço.


Figura 1 " Por Iesú, mi salvador.// Que muere por mis mancillas.// Me aso en estas parrillas.// Con fuego de su amor.//" S. José de Anchieta, Jesus na Festa de São  Lourenço.

               

 S. José de Anchieta 
Auto de São Lourenço, Ato I
 Pois teu amor, pelo meu 
Tais prodígios consumou, 
Que eu, nas brasas onde estou, 
Morro de amor pelo teu.
 Por Jesus, meu Salvador, 
Que morre por meus pecados, 
Nestas brasas morro assado 
Com fogo do seu amor.
Bom Jesus, quando te vejo 
Na cruz, por mim flagelado, 
Eu por ti vivo e queimado 
Mil vezes morrer desejo  
 Pois teu Sangue redentor 
Lavou minha culpa humana, 
Arda eu pois nesta chama 
Com fogo de teu amor
O fogo do forte amor, 
Ah! meu Deus, com que me amas 
Mais me consome que as chamas 
E brasas, com seu calor

Estamos diante de fatos importantes para a identidade niteroiense, pode-se observar e ver brotar uma devoção muito particular a São Lourenço e o questionamento que se faz é: Porque São Lourenço não é padroeiro de Niterói? Sua ligação com o nascimento da cidade é tão íntimo e forte, presente em uma grande contribuição para a literatura nacional. Escolhido e homenageado na história que envolve personagens que foram fundamentais para o estabelecimento de uma das mais bela e famosa cidade do Brasil, o Rio de Janeiro certamente não seria o mesmo que conhecemos hoje se Araribóia não apoiasse os portugueses naquela batalha decisiva.  A verdade é que, a partir de 1589, uma epidemia de varíola devastou a aldeia, matando, inclusive Arariboia, São Lourenço dos Índios entrou em profunda decadência. Com esse declínio ganharam forças os núcleos de colonização portuguesa que se estabeleceram nos atuais bairros de São Domingos, Icaraí, Piratininga e Itaipu. Sobretudo os núcleos de colonização em Icaraí, Itaipu e São Lourenço foram elevados à condição de freguesias durante os séculos XVII e XVIII, sob os nomes de São João Batista de Icaraí, São Sebastião de Itaipu e São Lourenço. Pode-se observar uma referência ao nome de São João Batista. Mas esse processo foi longo, antes disso, a atual catedral de São João Batista era a Capela Curada de Carri, Carahy ou Icarahy que foi fundada em 1660, a união do nome de São João Batista à Icaraí somente pôde ser realizado um tempo depois após o projeto de uma nova catedral naquela antiga capela se lançado. No entanto, a catedral nesse momento, quando se quer havia a ideia da construção de uma nova catedral, era a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
A Igreja Nossa Senhora da Conceição foi construída entre 1663 à 1671 em um sítio oferecido pelos herdeiros de Martin Afonso de Souza, - Araribóia agora era conhecido com o seu nome de batismo - A família De Souza era muito poderosa e suas homenagem a Nossa Senhora da Conceição não pode passar despercebida. Além de São Loureço deve-se perguntar: Porque Nossa Senhora da Conceição não é a padroeira da cidade? Afinal, essa Igreja que se tornou catedral em seu nome é uma herança muito valiosa da família do homem que é símbolo máximo da fundação da cidade de Niterói. Curiosamente, durante o longo período em que o templo foi matriz abrigou a imagem de São João Batista, atualmente exposta na Catedral de São João Batista.
Com tantas figuras representativas na história da cidade, porque esse apego a São João Batista? As hipóteses são várias, inclusive há uma constatação que causa polêmica, a Maçonaria considera como patrono São João Batista. Seria realmente necessário uma ordem muito poderosa para sobrepor todas as outras possibilidades e manter uma forte resistência guardando essa devoção. Certo é que, essa escultura provavelmente estava em Niterói por interferência de dom João VI. Em 1819, atendendo aos apelos da população, o rei dom João VI, que costumava passar temporadas de férias no bairro de São Domingos, elevou a região à condição de Vila Real de Praia Grande. Na Igreja de Nossa Senhora da Conceição celebrou-se a cerimônia de Te Deum comemorativo a esse acontecimento. A partir desse momento, como em vários outros lugares, dom João VI ordenará a construção de uma nova catedral em dedicação a São João Batista. Houve a doação do terreno em 1821. Recebeu esta doação a Irmandade de São João Batista, já existente desde 1742. Em 1831, sendo Vigário o Padre Tomaz de Aquino, foi benzido o novo templo, para o qual se fez a transladação do Santíssimo Sacramento e da imagem que se encontrava na Igreja de N.S. da Conceição.
Duas coisas ainda ficam em aberto, primeiro se de fato dom João VI era devoto de São João Batista, e segundo se o monarca possuía algum vínculo ou admiração pela Maçonaria. O rei sempre manifestou ser encantando pela Ordem de São João, mandou fundar por meio de Alvará Régio várias Igrejas em homenagem ao santo, como exemplo, a Paróquia de São João Batista do Ipanema, Igreja Matriz de São João Batista da Lagoa, e também o mais antigo e tradicional teatro do Brasil que foi chamado de Real Theatro de São João, essa devoção tem suas motivações no próprio nome do monarca, era absolutamente natural  nessa época as pessoas ganharem o nome do santo de devoção da família ou do seu pai, e seguir sendo devoto do santo que inspirou o seu próprio nome. Quanto ao envolvimento com a Maçonaria, esse estava longe de ser amigável. No dia 3 de maio de 1818, dom João VI proíbe sob pena de morte a existência de sociedades secretas no Brasil, enquadrando nesta lei a Maçonaria brasileira. É verdade que seu filho dom Pedro I iniciou-se na loja maçônica “Comércio e Artes” com a finalidade de obter apoio político para a realização da independência do Brasil, mas isso ocorreu com a partida de dom João para Portugal, deixando aqui D. Pedro como regente, permitiu – longe o rei – a reorganização da Maçonaria no Brasil. Portanto, São João Batista é padroeiro de Niterói por uma devoção muito particular de dom Joãoo VI, que por um carinho pessoal com as terras de Araribóia dedicou suas atenções para o desenvolvimento e formação da identidade niteroiense.


Bibliografia:
       BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 12.
BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.
NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 60.
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.353
NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. 3ª edição. São Paulo. Global. 2005. 463 p.
STADEN, H. Duas viagens ao Brasil: primeiros registros sobre o Brasil. Tradução de Angel Bojadsen. Porto Alegre/RS. L&PM. 2010. p. 119.
FRAGOSO, João Luis Ribeiro. Homens de grossa ventura, acumulação e hierarquina na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790/1930). Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1992
GRAÇA FILHO,Afonso de Alencastro. A princesa do oeste e o mito da decadência de Minas Gerais: São João del Rei, 1831-1888. Publicado por Annablume, 2002, página 84






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segunda-feira, 30 de março de 2015

A educação medieval segundo: Diário de um estudante escrito por Walafried Strabo (806-849)

Iluminura do século XIII (Bibliothèque Sainte-Geneviève, Paris, MS 2200, folio 58).



A educação medieval segundo: Diário de um estudante escrito por Walafried Strabo (806-849)

Fábio Valentim Ferreira

Não são poucas as vezes que podemos nos deparar com a declaração “A igreja privou o conhecimento na idade média”, essa postura quase orquestrada é bastante comum tanto em sala de aula do ensino fundamental e médio, quanto dentro de uma universidade. E o pior, a curiosa afirmação é dita constantemente por professores que ocupam a cadeira de medieval na academia. Não tenho a intenção com o presente trabalho de ser um advogado da igreja, porém busco defender o homem medieval das acusações injustas que vem sendo levantadas. Visto que a maioria destes docentes ao serem indagados por algum aluno sobre a posição da Igreja como aquela que privava a educação afim de obter poder, não realizam nenhuma intervenção corretiva e acabam por reforçar essa ideia obscurantista.  

A primeiro questionamento necessário é saber o que representava a educação em um mosteiro para um cidadão comum na idade média. Cesário de Arles (c. 470-542), nascido em Chalon-sur-Saône, filho de burgúndios pobres, ao recordar da educação que recebeu na infância diz:

“Essa ilha santa acolheu minha pequenez nos braços de seu afeto. Como uma mãe ilustre e sem igual e como uma ama-de-leite que dispensa a todos os bens, ela se esforçou para me educar e me alimentar.”

Essa obra é analisada no artigo Valorización y educación del Niño en la Edad Media, op. cit., p.22. Pode-se perceber que o mosteiro é considerado por Cesário como uma mãe que se esforçou para educa-lo e alimenta-lo. O carinho e a felicidade que são apresentados por estas palavras não é de nos surpreender visto que na Idade Média, a Educação era vista como um instrumento para se alcançar a Sabedoria, que consequentemente, levaria o homem à Felicidade, um bem desejado por si mesmo e mais perfeito que todos os outros bens (al-Farabi, 2002: 43-44).  Tal sabedoria ao contrário do que é alegado estende-se a um vasto campo de conhecimento, evitando limitar-se apenas ao conhecimento religioso, afinal dentro dos mosteiros os estudantes eram orientados a considerar importante todo o conhecimento científico¹. A base do currículo educacional medieval foi dada pela obra O casamento da Filologia e Mercúrio, do cartaginês Marciano Capela, escrita por volta de 410-427. Nela, o autor, influenciado pela enciclopédia de Varrão (Sobre as Nove Disciplinas), tratou das Sete Artes Liberais, damas de honra daquele casamento: 1) Gramática, 2) Retórica, 3) Dialética, 4) Aritmética, 5) Geometria, 6) Astronomia e 7) Harmonia. Marciano Capela deixou de lado a Medicina e a Arquitetura, por tratarem de coisas terrestres que “...não têm nada em comum com o céu.” (Citado em Nunes, 1979: 75). Então, fica claro e evidente que na idade média não se aprendia nos mosteiros apenas a repetir orações, rezar salmos e ler a bíblia, embora todas essas atividades fossem fundamentais para a vida dos homens desse período.

Gostaria de analisar neste momento a obra Diário de um estudante de Walafried Strabo que é o objeto deste trabalho. É necessário se ater ao que está escrito e perceber cada palavra respeitando seus significados afim de entender o que de fato o autor quer nos transmitir sobre a sua vida estudantil, suas expectativas, desafios e conquistas:

“Eu era totalmente ignorante e fiquei muito maravilhado quando vi os grandes edifícios do convento (...) fiquei muito contente pelo grande número de companheiros de vida e de jogo, que me acolheram amigavelmente. Depois de alguns dias, senti-me mais à vontade (...) quando o escolástico Grimaldo me confiou a um mestre, com o qual devia aprender a ler. Eu não estava sozinho com ele, mas havia muitos outros meninos da minha idade, de origem ilustre ou modesta, que, porém, estavam mais adiantados que eu. A bondosa ajuda do mestre e o orgulho, juntos, levaram-me a enfrentar com zelo as minhas tarefas, tanto que após algumas semanas conseguia ler bastante corretamente(...) Depois recebi um livrinho em alemão, que me custou muito sacrifício para ler mas, em troca, deu-me uma grande alegria...”

            Os grifos são meus, tenho a intenção de deixar em evidencia alguns trechos que chamam a atenção e por si respondem a algumas questões que insistentemente são apresentadas. Strabo reconhece que ao chegar ao mosteiro era completamente ignorante e ficou admirado com toda a estrutura que havia encontrado, foi bem recebido por um grande número de companheiros. Importante é a afirmação de que ele não estava sozinho, que havia muitos outros estudantes da mesma idade que ele, alguns de origem nobre e outros de procedência humilde. Por isso a afirmação de que a entrada no mosteiro era para poucos e principalmente apenas para os nobres deve ser colocada em dúvida diante deste relato. Aquilo que o jovem Strabo conquistou – aprender a ler – é uma realidade possível de se alcançar por “muitos” e sobretudo, pelos mais pobres dessa sociedade, segundo o autor, a admissão nesse ambiente pedagógico era amplo e sem descriminação de condição social. Outro dado que é possível notar é a eficácia deste sistema que fez com que o menino aprendesse a ler em um curto espaço de tempo. Logo, o latim que é tão impossível e difícil de aprender como dizem alguns, se tornou muito fácil para o menino, ou seja, deve-se assumir uma entre estas duas coisas: ou o modelo pedagógico dos mosteiros era muito eficiente, ou o latim não é um bicho de sete cabeças e os que afirmam isso no fundo só querem colocar obstáculos afim de conseguir dizer que os homens na idade média eram verdadeiramente ignorantes e não conseguiam ler devido à dificuldade do idioma. Seja qual for a alternativa escolhida outra questão que devemos observar é que não se ensinava apenas latim dentro de um mosteiro, e fica demonstrado que embora o aprendizado do idioma latino possa ter sido verificado, havia também o incentivo à leitura do alemão e, podemos considerar que provavelmente também, de outros idiomas. Deste modo, é possível verificar que as pessoas não deixaram de aprender a ler por seus livros serem em latim ou somente em latim. Conforme relata em seu diário o estudante Strabo, o aprendizado e o acesso à leitura era possível e motivo de grande alegria.


Fontes Primárias
AL-FARABI. El camino de la felicidad (trad., introd. y notas de Rafael Ramón Guerrero). Madrid: Editorial Trotta, 2002.

Bibliografia
1.COSTA, Ricardo da. “A Educação Infantil na Idade Média”. In: LAUAND, Luiz Jean (coord.). VIDETUR 17. Porto: Universidade do Porto / USP, 2002, p. 13-20.

DE CASSAGNE, Irene (PUC - Buenos Aires - Argentina). Valorización y educación del Niño en la Edad Media, p. 20 (artigo consultado no site www.uca.edu.ar)

MANACORDA, Mario Alighiero. História da Educação - da Antigüidade aos nossos diasop. cit., p. 135.

NUNES, Rui Afonso da Costa. História da Educação na Idade Médiaop. cit., p. 157-159 (SÖHNGEN, C. J. De medii aevi puerorum institutione in occidenteDiss. Amsterdam 1900).

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quinta-feira, 26 de março de 2015

Era uma vez, um índio...



Todo bom brasileiro que frequentou a escola considera um índio como um personagem quase divino e os portugueses, uns malfeitores, vilões que perturbaram os índios com suas crenças exigindo conversão por bem ou por mal.  O presente texto não tem o objetivo de dizer que os indígenas são pessoas ruins ou cruéis, no entanto, diante do compromisso com a honestidade histórica, é necessário desmistificar essa imagem de seres isentos de todo pecado que muitas vezes permeia nas aulas de história que são aplicadas no Brasil.
Quando os jesuítas estiveram no Rio de Janeiro em 1646 moraram em aldeias junto com os nativos, onde dormiam, acordavam, se alimentavam e realizavam todas as atividades cotidianas. Através da carta escrita por Francisco Carneiro que era reitor do colégio jesuíta, sabe-se que as aldeias onde viviam, ficavam perto de engenhos que produziam aguardente e vinho. Os índios desfrutavam da produção dessas bebidas, e não são rara as vezes que passavam a noite em meio a verdadeiras algazarras. Bêbados, os índios tiravam o sono dos padres. No documento estudado, o reitor reclama que o álcool levava os índios a blasfemarem contra Deus, os homens largavam suas mulheres para ter relações sexuais com outras, provocavam inúmeras brigas por diferentes motivos, que ocasionavam ferimentos e até mortes. E após noitadas tão acaloradas vários índios não acordavam pela manhã para assistir à missa, o que permite perceber que eles só iam na cerimônia por vontade própria. Preocupados com a missão que tinham, os jesuítas resolveram mudar o local de três aldeias, afastando-as dos engenhos afim de que a evangelização continuasse e que esses grupos abandonassem as práticas desregradas. Essa tentativa não deu certo, gerou revolta e vários padres tiveram suas cabanas queimadas. 
Os padres encontraram maior dificuldade ainda quando o portugueses que chegavam ao Brasil começaram a se entregar as festas e dar maior volume a estas organizações promovendo cada vez mais tais eventos. Foi necessário ao conselho municipal de São Paulo em 1583 lançar uma proibição ao colonos de participarem das matinadas com os índios. A historiadora Maria Regina Celestino de Almeida na tese Os índios Aldeados no Rio de Janeiro Colonial, de 2000 escreve ”Os índios transformaram-se mais do que foram transformados”. As festas e bebedeiras de índios e brancos mostram que não houve só tragédias e conflitos durante aquele choque das civilizações. Em pleno período colonial, muitos índios deviam achar bem chato viver nas tribos ou nas aldeias dos padres. Queriam mesmo era ficar com os brancos, misturar-se a eles e usufruir das novidades que traziam.
Algo bastante curioso é que naturalmente a maioria das pessoas acreditam que os índios eram seres totalmente passivos, calados, submissos e que os portugueses faziam tudo sozinho no Brasil. É importante saber que eles precisavam de índios amigos para entrar no mato à procura de ouro, para arrumar comidas, defender-se de tribos selvagens e principalmente para manter acampamentos na costa da praia. E para permanecer bem nessas terras os portugueses tiveram que realizar alianças com os caciques estabelecendo acordo militares. Era verdadeiramente importante para um chefe da tribo uma ajuda nas guerras, que aconteciam habitualmente. As tribos tupi por exemplo, eram obcecados pela guerra. Os homens só ganhavam permissão para casar ou ter mais esposas quando capturassem um inimigo desafiador. Entre os tupinambás, os prisioneiros eram devorados numa festa que reunia toda a tribo e convidados da vizinhança, em meio a essas festas surge a palavra “mingau” que vem da pasta feita com as vísceras cozidas do aprisionado a ser engolido.
Concluo dizendo que em diversos momentos o Brasil teve necessidade de criar e reinventar seus personagens patrióticos, a fim de alcançar os objetivos políticos almejados, diante das informações apresentadas esperasse um fortalecimento do senso crítico dos que estudam história, afim de ir além e entender as nuanças características de cada trabalho e a aquisição de uma sensibilidade para perceber como o imaginário é construído a partir de direcionamentos planejados. 
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quarta-feira, 11 de março de 2015

A crise iconoclasta no império bizantino sob influência dos árabes.






A CRISE ICONOCLASTA NO IMPÉRIO BIZANTINO SOB INFLUÊNCIA DOS 

ÁRABES

Fábio Valentim Ferreira

RESUMO

Este texto objetiva analisar a relação entre as práticas iconoclastas dentro do império

bizantino de Leão III e a influência política dos árabes do islão.


PALAVRAS-CHAVE: Iconoclastas; império bizantino; muçulmanos.


Nos séculos VIII e IX ocorreu no império bizantino um movimento chamado 

iconoclastia que agia perseguindo pessoas que veneravam imagens e quebrando esses objetos 

devocionais. O termo é originário da tradução e união das palavras gregas eikon (ícone ou 

imagem) e kláo (quebrar). O islã desde a sua origem negou a possibilidade da representação 

pictórica de Deus. Esse conceito doutrinal é proveniente de uma interpretação do Pentateuco 

judaico (Ex 20, 4-5) que proíbe a confecção de imagens de deuses pagãos. O Corão (III, 43) 

define essa incompatibilidade e afirma que deste modo Jesus Cristo não poderia ser o Deus 

encarnado, ele não seria uma representação carnal de Deus e por isso é considerado apenas 

um profeta como tantos outros. Portanto pode-se considerar que a crise iconoclasta é uma 

consequência natural das lutas cristológicas que agitavam o mundo oriental.

Quando se trata do impasse das imagens no império bizantino retrata-se com 

frequência uma disputa teológica interna, causando a impressão de que as reflexões sobre o 

uso ou a proibição das esculturas é levantada pelos estudos religiosos dos teólogos dessa 

região e neles teria o seu princípio. O maior polemista desse tema no império é o imperador 

cesaropapista Leão III, o Isáurico, de origem síria da Manicéia, hoje conhecido Marrocos, 

sabedor do monofisismo e de educação islâmica apresentou durante um longo período a sua 

oposição as imagens sacras, se a aversão que Leão III propaga era de fato teológica deve-se 

duvidar da sua fidelidade aos estudos das escrituras e sua pratica como seguidor destes 

ensinamentos. Afinal, o Isáurico mandou confeccionar a sua própria estátua para ser 

carregada no cerco de 717 em procissão pelas ruas quando o seu império era alvo do Califado 

Omíada. A verdade é que Leão III a princípio não era contra a utilização das imagens, a 

utilização de esculturas na império bizantino era bastante difundida pelo monges e uma 

devoção bastante arraigada entre o povo. Essa pratica é justificada deste o início do 

cristianismo onde pode-se observar nas catacumbas romanas do século II muitas imagens 

retratando Jesus, Maria, José e relatos bíblicos.  A figura na catacumba de Priscila ilustra três 

jovens na fornalha, alusão a história do livro de Daniel, vê-se também o bom pastor e Maria, 

mãe de Jesus. Na cripta de São Marcelino, Jonas sendo vomitado pela baleia e Noé, dentro de 

sua arca. Onde jaz São Sebastião observa-se inscrições funerais de um peixe que em grego 

significa ICTUS veladamente essa palavra professava com as letras iniciais “Jesus Cristo, 

Filho de Deus, Salvador” bastante comum nas representações. Para além das catacumbas há o 

testemunho dos chamados padres da Igreja que eram personalidades importantes referentes 

aos quatro primeiros séculos da era cristã. Orígenes de Alexandria foi um teólogo e filósofo 

neoplatônico, considerado fundador da ciência bíblica nascido em 185 d.C. era escritor e 

bastante influente e respeitado em sua época acerca das imagens. Em seu escrito chamado 

Contra Celso (2, 40) escreveu: 

Assim sendo, portanto, cada justo que imita o melhor que possa o 

Salvador, ergue uma estátua à imagem do Criador. Realiza isto 

contemplando a Deus com um coração puro, tornando-se uma réplica 

de Deus (...). Deste modo, o Espírito de Cristo habita, se assim posso 

dizer, em suas imagens". (DE ALEXANDRIA, s.d.) 

Essas palavras com certeza influenciaram grande parte da Igreja, Orígenes era 

catequista e foi ponto referencial da Escola de Alexandria, junto ao seu pensamento alguns 

anos depois estava Basílio Magno de Cesaréia, nascido em 329 d.C. seu pai que era advogado 

e professor apresentou o escritos de Orígenes para Basílio que conhecendo e não teve 

dificuldade em propagar os mesmo ensinamento na Capadócia, Constantinopla e Atenas 

estando sempre a dizer: "A honra prestada a uma imagem venera nela a pessoa que nela está 

representada" (Spir. 18,45). 

A compreensão sobre o significado da utilização das imagens era algo realmente 

difundido nessa região talvez esses ensinamentos tenham inspirado a confecção das inúmeras 

imagens nas catacumbas do cemitério que está no terceiro marco na via Labicana, perto de 

uma vila imperial pertencente a Constantino. A difusão dos ensinos sobre os ícones pode ter 

sido também trabalho do irmão de Basílio Magno, Gregório que foi bispo de Nissa e havia 

participado do primeiro Concílio Ecumênico de Constantinopla em 381 d.C. dentre os 

pensamento de Gregório destacava-se a interpretação de que o homem é a imagem e 

semelhança de Deus, ou seja, de alguma forma o homem era uma ilustração do próprio Deus. 

Esse bispo, manteve-se preocupado com as causas populares e se empenhou na catequese dos 

mais humildes, justificando o uso das imagens afirmou: "O desenho mudo sabe falar sobre as 

paredes das igrejas e ajuda grandemente" (Penegírico de São Teodoro). 

A verdade é que os cristãos davam valor as imagens porque entendiam que ser contra 

as representações pictóricas podia acarretar prejuízos a doutrina da encarnação do verbo de 

Deus. Para além disso, a questão teológica que envolve esse assunto estava resolvida entre os 

estudiosos dessa época, a proibição escrita no livro do Êxodo é repetida da seguinte forma em 

Deuteronômio: "Não farás para ti, nem levantarás nenhuma estátua, coisas que o Senhor, teu 

Deus, aborrece." (Deut. XVI, 21). A continuação da pesquisa sobre o tema aponta-nos que no 

mesmo livro do Êxodo, há a ordem divina de fazer a conhecida Arca da Aliança para que nela 

se guardassem as tábuas dos dez mandamento, os detalhes da confecção exige que haja dois 

querubins feitos de ouro batido (Ex. XXV, 17-22). Se Deus proibiu fazer "estátua alguma do 

que há em cima do céu", como pode ordenar que se faça as estátuas de dois querubins, 

determinando colocá-los exatamente sobre a arca em que se guardaria a Lei que proibe fazer 

imagens? No Livro dos Números no capítulo XXI é relatado que os judeus se rebelaram 

contra Deus porque os tirara do Egito, diante da rebeldia ocorreu uma punição, e o povo foi 

atacado por misteriosas serpentes. Segundo o relato o povo rogou a Moisés que intercedesse a 

Deus, e o pedido do profeta foi atendido recebendo a ordem de fazer uma serpente de bronze 

que era uma imagem na qual todos aqueles que olhavam para ela ficavam curados. Vê-se que 

agora, as ordens são em favor da confecção de imagens e para além disso havia realização de 

milagres por meio delas. Pode-se encontrar outros exemplo do incentivo à produção de 

esculturas em I Reis, VII, 25; I Cr. V, 23-24; 29; 32; 35; I Cr. XXVIII, 17-18. Quanto a 

proibição citada anteriormente é necessário observar que os povos vizinhos de Israel 

possuíam seus ídolos e levantavam estatuas para idolatra-los. O Deus de Israel adverte os seus 

para que não se confundam na pratica pagã e assim proíbe a produção de estatuas que eram 

colocadas no seu lugar para serem adoradas roubando toda a glória que lhe era devida. A 

sequência dos fatos permite-nos diferenciar uma imagem de um ídolo, evidenciando que 

quando esse objeto age em favor de Deus é aceito e quando toma o seu lugar é banido. Essa 

compreensão, como já foi demonstrado através de estudos arqueológicos nas catacumbas e 

escritos de influentes teólogos da época está presente na mentalidade dos cristãos dos 

primeiros séculos. 

Quando questiona-se sobre as influências da ideia iconoclasta recebidas pelo 

imperador bizantino pode-se com razão excluir possibilidades da parte ocidental, a Igreja 

romana com toda certeza não colaborou com essa teoria. Dentro do império bizantino a 

oposição as ideias iconoclastas do imperador também era forte, fechou-se inclusive a 

Universidade, porque grande número de professores opunha-se a essa opinião. A hierarquia 

eclesiástica bizantina, junto com o Patriarca Germano I de Constatinopla também foi unânime 

em recusar a proposta colocada em discussão. São João Damasceno, que era monge e 

importante escritor da Igreja bizantina dentre as suas obras consta os três tratados sobre as 

imagens onde escreve: 

Não adoro a matéria, mas o Criador da matéria (...). Quando se trata 

de imagens, é preciso considerar a intenção daqueles que a fazem. Se 

a intenção é justa e reta, e se o fazem para a glória de Deus e de seus 

santos, por desejo da virtude, de fuga dos vícios e para a salvação das 

almas, é preciso recebê-las como imagens (...), é preciso venerá-las, 

beijá-las, saudá-las com os olhos, os lábios, o coração. Tratam-se da 

representação do Deus encarnado, ou de sua Mãe, ou de seus santos, 

companheiros de sofrimentos e da glória de Cristo" (Das Imagens 1,8; 

2,5.10).

Sobrou a Leão III enviar uma série de tratados com pedido de apoio ao Papa Gregório 

II ameaçando-o de deposição caso não o apoiasse. Gregório lhe respondeu ignorando o 

auxílio e se posicionando a favor das imagens. As ameaças do imperador Leão III revoltaram 

uma massa de fiéis que gerou grandes protestos na Itália clamando por uma posição firme do 

Papa contra as rebeldias do líder bizantino. Nesse cenário consequentemente conclui-se que a 

base influente da doutrina iconoclasta não estava entre os cristãos tanto ocidentais quanto 

orientais. Considerando as probabilidades de influência estuda-se a posição judaica sobre a 

questão, no campo teológico é pertinente atentar que um estudo cuidadoso do pentateuco por 

parte de um judeu o levará a conclusão que já foi exposta sobre a diferenciação entre ídolo e 

ícones. Para Alain Besançon, a proibição bíblica presente na Torá é suficiente para explicar a 

condenação da representação das imagens de outros deuses, mas não a das imagens que 

pudessem representar seu próprio Deus através de pessoas intimamente ligadas a ele e sua 

história (BESANÇON, 1997, p.116). Na prática constata-se a confirmação desta compreensão 

nas inúmeras imagens com as figuras do profetas confeccionadas em sinagogas judaicas 

dentre elas Dura-Europos na Síria, outra na Palestina e o próprio templo de Salomão que era 

repleto de esculturas. Esse ponto não apresenta implicação na permanente concepção da não 

representatividade do soberano YHWH tal como ele é, portanto o fato da religião mosaica não 

possuir tantas ilustrações de Deus não se deve a uma rejeição radical de imagens, mas sim a 

uma proibição de aderir a outros deuses. (KAUFMANN, 1989, p. 138).

Excluindo a vertente judaica, resta indagar os fatos ocorridos e perceber as sutilezas da 

influência dos muçulmanos no processo iconoclasta. O império bizantino passou por 

momentos difíceis sob o comando de Teodósio, o cobrador de impostos, que governou por 

dois anos, após um período de vinte anos de ataques e ocupações árabes nas fronteiras 

territorial. Teodósio após não ter sucesso em sua gestão entregou o poder imperial ao 

candidato do exército Leão III que queria reorganizar o império promovendo a unidade 

política, e as imagens eram um ponto de discórdia entre cristãos e muçulmanos. Esse 

imperador, tinha índole absolutista e dizia textualmente que era “Imperador e sacerdote”, 

atropelou todo tipo de advertência por parte das autoridades eclesiásticas, e pouco lhe 

importava a opinião dos patriarcas, considerava que como imperador tinha o direito e o poder 

de desatendê-los. Leão III, contava com conselhos de um amigo chamado Beser, cristão sírio 

que fora capturado pelos árabes e convertido ao islamismo, quando liberto influenciou a 

forma de pensar do imperador em suas decisões acerca das imagens. Beser também era amigo 

próximo de Sarantapeque, o judeu palestino apelidado pelo gregos de “quarenta côvados de 

altura” que havia sido o grande influente das atitudes iconoclastas do Califa Yezid que no ano 

723 da nossa era ordenou a proibição de imagens em Igrejas, sinagogas e casas de seus 

súditos não muçulmanos. 

Seguindo a estratégia de unificação política Leão III, propôs o mesmo aplicando um 

golpe emitindo seu decreto sobre o iconoclasmo com base em sua própria autoridade se 

considerando um pontífice, um sacerdote-rei conforme disse em outra oportunidade ao Papa. 

O imperador utilizou de uma assembleia nomeada silention que foi composta por leigos com 

altos cargos no império, homens de sua própria escolha e confiança, realizou-se no Palácio 

especificamente no Triclínio dos Dezenove Leitos com o objetivo de promulgar, através 

desta, uma lei religiosa que lhe possibilitasse manobras relacionadas a unidade política 

desejada, aproximando-se dos padrões dos incansáveis reinos árabes. O Patriarca Germano 

recusou acatar tal lei e declarou ser sua doutrina religiosa a dos Concílios Ecumênicos, após o 

desconsentimento despojou-se de suas vestes patriarcais deixando o Patriarcado vacante.  

O cargo manteve-se desocupado por um tempo em que o imperador não conseguiu 

encontrar um sacerdote disposto a assumir tais ideais, até que, Anastácio acolhe o posto e 

envia uma carta sinodal aos demais Patriarcas, comunicando sua adesão à doutrina do 

Imperador. Devido à forte aliança do Imperador e do Patriarca com os militares, a partir de 

então clérigos, monges e monjas foram decapitados e mutilados, por um perseguição violenta 

que quebrava todas as imagens domésticas e das Igrejas. Os monges que eram quase os únicos 

a oferecer resistência tinham seus mosteiros destruídos, saqueados e transformados em 

quarteis, arsenais pertencentes aos aliados militares.  Foi proibido o hábito monástico, com o 

objetivo de ridicularizar os religiosos que não se inclinavam a doutrina do imperador, muitos 

monges tiveram seus olhos furados, barbas queimadas e os cabelos arrancados. Leão III 

morreu em 740, durante os dez últimos anos de seu governo houve excessiva destruição de 

ícones e pinturas sagradas em todo território bizantino.


BIBLIOGRAFIA

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ARRUDA, José Jobson de Andrade. História antiga e medieval. São Paulo: Ática, 1982.

BESANÇON, Alain. A Imagem proibida: uma história intelectual da iconoclastia. Rio de

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BETTENCOURT, Estevão. História da Igreja Mater Ecclesiae. Rio de Janeiro: Letra Capital,

2012.

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MICHAELIS. Dicionário de Português Online. Disponível em:

<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-

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NABETO, Carlos Martins. A fé Cristã: Coletânea de Sentenças Patrísticas. Vol.3. São

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Editora Perspectiva: Editora da Universidade de São Paulo: Associação Universitária de

Cultura Judaica, 1989. Coleção Estudos v. 114.


SITE CONSULTADOS 

http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/pais_da_igreja/s_gregorio_de_nissa_antologia.html

http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/hagiografia/s_basilio.html
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